domingo, 1 de novembro de 2015

Saudade Bruta




Sentado aqui na minha janela, em reflexões movidas a chocolate quente, percebo.

O jogo não acaba. "Que que ela pensaria?", "O que ela ia dizer?", "Quem ela seria?". Da ausência só vive saudade bruta. Advinhar a pessoa impossível. O tempo te mudou em todos os beijos que não te dei. E sinto falta de quem você poderia ter sido.

Sem me dar conta, uma vez te decifrei e te expliquei da melhor forma imaginável.

- Me fala um pouco sobre ela... Como ela era?
- Ela... Ela era uma força da Natureza.

Em cada ponto cardeal, Gaia, visceral e selvagem, te venero.

Novembro. O primeiro dia foi de chuva, e acho que foi bom, um dia bom. Você teria gostado. Você sempre gostou. Você está gostando, só pode. Afinal, eu vejo seu sorriso, reconfortante e precioso, por todos os lados.



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"O amor comeu meu nome, minha identidade, meu retrato/ O amor comeu minha certidão de idade, minha genealogia, meu endereço/ O amor comeu meus cartões de visita, o amor veio e comeu todos os papéis onde eu escrevera meu nome/ O amor comeu minhas roupas, meus lenços e minhas camisas/ O amor comeu metros e metros de gravatas/ O amor comeu a medida de meus ternos, o número de meus sapatos, o tamanho de meus chapéus? O amor comeu minha altura, meu peso, a cor de meus olhos e de meus cabelos/ O amor comeu minha paz e minha guerra, meu dia e minha noite, meu inverno e meu verão/ Comeu meu silêncio, minha dor de cabeça, meu medo da morte" - Dos Três Mal-amados, Palavras de Joaquim - João Cabral de Melo Neto