domingo, 12 de fevereiro de 2012

[INFO] Blog do Passaporte

Hoje eu comi churrasco! Mas, apesar disso ser muito importante pra mim, sei que vocês tão nem aí. Tudo um bando de ingrato. Mas ok, tá tranquilo. Não vim aqui falar do churrasco. Que tava ótimo, por sinal. Obrigado por perguntar. Só queria contar que tem um novo blog rolando. E que tinha lagosta também, lá no churrasco onde eu tava. Deixa pra lá, você não quer saber.

O blog é o do Passaporte SporTV, projeto do qual faço parte. Lá eu vou escrever de vez em quando também, mas sempre especificamente sobre meu trabalho aqui na Jamaica. Sou eu escrevendo num blog, então vai sempre ser como aqui. Só que lá, entendeu? Não? Eu explico. Tinha molho rosê pra comer com a lagosta. E churrasco de filé mignon, mano!. É, poxa, na Jamaica. Misturei umas sete línguas diferentes com vinho, conversando com a rapaziada lá. Ficou batuta.

Pra ler lá o blog do Passaporte você clica aqui, e vai achar textos não só meus, mas dos outros dez jornalistas do projeto Passaporte SporTV. Se quiser ler só o meu, tá, eu deixo, você clica neste daqui. Comenta lá, se puder, tá? Vale me xingar. Com argumento, por favor.

E o churrasco, puxa vida, que churrasco. Te falei que tinha lagosta?

domingo, 5 de fevereiro de 2012

Dados


Esse meu blog está autobiográfico demais.

    Certo, então tem o Juca. O Juca é um camarada que não sabe viver além do jogo de dados. É estranho ao primeiro olhar, mas você acaba se acostumando. Tem um ar de cafetão ao redor dele, apesar da camisa xadrez e ausência de prostituas nas cercanias do seu trabalho. O constante chacoalhar dos cubos dentro do bolso, o movimento das pedrinhas marcadas pulando. Para cada escolha que ele faz, os dados são lançados. Plic, plic, plac. Os números aparecem, o rapaz soma tudo e decide. Se der número par, ele segue em frente. Ímpar, tem zica.

     Complicado, diz você. Eu acho simples de doer. O Juca pelo menos sabe onde é que isso vai parar. A maioria, amigão, não faz a menor ideia.


    Quantas vezes você foi pedir salada e, de repente, seus lábios disseram a garçonete “Bisteca! Eu mesmo mato o bicho se precisar. E pode caprichar no molho, ou eu te pego lá fora, vadia”? Ou viu  um pai dar bronca no filho já pensando no carro de controle remoto pra curar a pirraça? A gente pensa que vai terminar o namoro e fala pra ela que quer pegar os convites do casamento na gráfica, jovem. Não canso de comprar doce e lembrar só que não posso comer.

    Existe um mundo de mal-entendidos, decisões capengas ao redor do Juca. Por isso ele não aceita desaforo sobre seu jeito de tocar a banda. Ele viu que a gente só se engana confiando no cérebro (ou em qualquer outro orgão) pra decidir as coisas. Ontem ele me falou durante o jantar:

    - Meu parceiro, nunca me arrependi do que os dados me mandaram fazer. Confio neles. Você pode dizer o mesmo de todas as suas escolhas balanceadas em bom-senso e o caralho todo?


     Fiquei quieto. E roubei um dos dados do meu Banco Imobiliário, por precaução.

Quem sou eu

Minha foto
"O amor comeu meu nome, minha identidade, meu retrato/ O amor comeu minha certidão de idade, minha genealogia, meu endereço/ O amor comeu meus cartões de visita, o amor veio e comeu todos os papéis onde eu escrevera meu nome/ O amor comeu minhas roupas, meus lenços e minhas camisas/ O amor comeu metros e metros de gravatas/ O amor comeu a medida de meus ternos, o número de meus sapatos, o tamanho de meus chapéus? O amor comeu minha altura, meu peso, a cor de meus olhos e de meus cabelos/ O amor comeu minha paz e minha guerra, meu dia e minha noite, meu inverno e meu verão/ Comeu meu silêncio, minha dor de cabeça, meu medo da morte" - Dos Três Mal-amados, Palavras de Joaquim - João Cabral de Melo Neto