quarta-feira, 17 de setembro de 2008

Colchetes

Muitas pessoas me perguntam o porquê de ter escolhido o jornalismo. Pessoas que devem perguntar o mesmo pra qualquer outro cidadão, independentemente da profissão dele.

Respondo muitas respostas diferentes, que no fundo querem dizer a mesma coisa: quero contar histórias. Não qualquer história, as grandes histórias que permeiam a vida de todo mundo. Cada um tem momentos incríveis, lados impressionantes da vida que só seus olhos e seus corações capturaram. E mais que isso. Fazer a diferença com essas histórias. Mudar alguma coisa, pequena que seja.

O engraçado é que eu podia fazer isso em um bocado de profissões, algumas até muito melhor preparadas para isso que o jornalismo. Por que não ser escritor? Cineasta? Músico? Artista plástico? Qualquer atividade onde a expressão não seja regrada por normas da verdade absoluta, da imprecisão imparcial de todos os lados.

A verdade é que o jornalismo caiu de pára-quedas em mim, nas minhas promessas.

Do jeito mais inesperado, bobo e sentimental que existe.

domingo, 14 de setembro de 2008

Shit Happens, fazer o que?

Então você está lá. Não importa onde 'lá' fique, você está. Vivendo a vida normalmente, seguindo aquelas rotinas bobas e aparentemente importantes que faz todo sagrado dia. Crente que é só mais um dia, que vai conseguir se sair bem dessa vez.
E alguma coisa dá errado.

Aí você pensa em soluções. Não importa que solução seja, você pensa. Liga pra mãe chorando, toma sorvete ou assiste um filme de comédia romântica pra aliviar as dores da vida. E acha que vai ficar tudo bem de novo.

Ah, tolices da vida. Da sua, da minha. A verdade é que sempre vai ter uma porcaria enorme por vir. Alguma catástrofe particular imensa, um iceberg de ex-namorado ou uma bomba-relógio de relatório de desempenho.

Shit happens. Fazer isso ficar engraçado que é difícil.

Quem sou eu

Minha foto
"O amor comeu meu nome, minha identidade, meu retrato/ O amor comeu minha certidão de idade, minha genealogia, meu endereço/ O amor comeu meus cartões de visita, o amor veio e comeu todos os papéis onde eu escrevera meu nome/ O amor comeu minhas roupas, meus lenços e minhas camisas/ O amor comeu metros e metros de gravatas/ O amor comeu a medida de meus ternos, o número de meus sapatos, o tamanho de meus chapéus? O amor comeu minha altura, meu peso, a cor de meus olhos e de meus cabelos/ O amor comeu minha paz e minha guerra, meu dia e minha noite, meu inverno e meu verão/ Comeu meu silêncio, minha dor de cabeça, meu medo da morte" - Dos Três Mal-amados, Palavras de Joaquim - João Cabral de Melo Neto