São milhares deles, um exército que marcha de noite com seus longos bigodes. Os macios. Os gatos que me chamam, me cantam e que morrem na minha varanda, secos do amor que eu não dei.
Amor que ficou com o que foi, amigo da criança que eu fui. Tive um deles, fui um deles. Sorrateiro e de rua. Caminhante, fui noite até a noite acabar. Quantos gatos morreram em mim? Desenhados em ângulo de patas que a vida não permite. A morte subverte a geometria de forma tão vasta, tão varanda.
Galopam nos meus sonhos. É crescente a lua minguante que a Alice usou pra me assustar. E de repente acordo, chorando suor. De quem era aquele gato? É preciso ser propriedade enquanto gato pra garantir a sobrevivência, hoje em dia. E eu sou homem de quem? Se preciso de interrogação ao fim dessa linha, não sei dizer. É tudo uma grande primeira pessoa coletiva. Eu somos. Os gatos que sofrem, as pessoas sem dono. Tem alguma coisa aqui. Não tem? Quase dá pra pegar com as mãos. Não é pergunta, é qualquer coisa de expressionismo alemão.
Gatos combinam com nomes alemães. Então por que esse não foi morrer na Alemanha? Não, precisou ser na minha varanda. Pra mostrar que a morte não é uma pergunta. A morte é expressionismo alemão. O bom censo que não dá conta desses dados. Os macios.
O fim do gato não foi o zelador vir bater na porta. Perguntar onde a varanda ficava, colocar o corpo do bicho no saco de lixo, falar que a vida na rua é triste, descartá-lo. O fim do gato ainda não veio. Aquele pobre coitado vai ficar aqui, como um alucinado miado mudo. Aquele gato agora é meu pra sempre.
Amor que ficou com o que foi, amigo da criança que eu fui. Tive um deles, fui um deles. Sorrateiro e de rua. Caminhante, fui noite até a noite acabar. Quantos gatos morreram em mim? Desenhados em ângulo de patas que a vida não permite. A morte subverte a geometria de forma tão vasta, tão varanda.
Galopam nos meus sonhos. É crescente a lua minguante que a Alice usou pra me assustar. E de repente acordo, chorando suor. De quem era aquele gato? É preciso ser propriedade enquanto gato pra garantir a sobrevivência, hoje em dia. E eu sou homem de quem? Se preciso de interrogação ao fim dessa linha, não sei dizer. É tudo uma grande primeira pessoa coletiva. Eu somos. Os gatos que sofrem, as pessoas sem dono. Tem alguma coisa aqui. Não tem? Quase dá pra pegar com as mãos. Não é pergunta, é qualquer coisa de expressionismo alemão.
Gatos combinam com nomes alemães. Então por que esse não foi morrer na Alemanha? Não, precisou ser na minha varanda. Pra mostrar que a morte não é uma pergunta. A morte é expressionismo alemão. O bom censo que não dá conta desses dados. Os macios.
O fim do gato não foi o zelador vir bater na porta. Perguntar onde a varanda ficava, colocar o corpo do bicho no saco de lixo, falar que a vida na rua é triste, descartá-lo. O fim do gato ainda não veio. Aquele pobre coitado vai ficar aqui, como um alucinado miado mudo. Aquele gato agora é meu pra sempre.
2 comentários:
Jornalista uma ova! Você é poeta! E um baita poeta!
Vc é brilhante! =]
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