quarta-feira, 31 de outubro de 2012

Outros tantos

Agora, toda vez que ele enfia a mão no bolso, só tira cinco dedos. Ser neo-pobre: já teve um pouquinho de dinheiro e agora tem que viver na pindaíba. Profetiza que nunca vai querer saber de trocados a mais.

- Ad eternum, vou continuar fudido. O pescoço não acostuma com a pena de ganso, só fica doido pra sentir o ganso passando pela goela mesmo.

Que venham outros tantos tempos de vacas magras. E na falta de ganso, hoje combinamos de roubar galinha no vizinho.

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"O amor comeu meu nome, minha identidade, meu retrato/ O amor comeu minha certidão de idade, minha genealogia, meu endereço/ O amor comeu meus cartões de visita, o amor veio e comeu todos os papéis onde eu escrevera meu nome/ O amor comeu minhas roupas, meus lenços e minhas camisas/ O amor comeu metros e metros de gravatas/ O amor comeu a medida de meus ternos, o número de meus sapatos, o tamanho de meus chapéus? O amor comeu minha altura, meu peso, a cor de meus olhos e de meus cabelos/ O amor comeu minha paz e minha guerra, meu dia e minha noite, meu inverno e meu verão/ Comeu meu silêncio, minha dor de cabeça, meu medo da morte" - Dos Três Mal-amados, Palavras de Joaquim - João Cabral de Melo Neto